Coisas de Criança

Coisas de Criança é...Brincar

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Contos, poesias,brincadeiras tradicionais, cantos e cantigas de roda, para gente miúda e graúda, desde que deixe a criança que existe em você se soltar.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O galo e o pavão


O galo e o pavão (conto infantil)


Era uma vez, um galo metido a besta, gostava de esnobar o resto da criação da casa, havia um grande viveiro de aves, e outro de pássaros. Um casal de papagaio no poleiro que não parava de imitar os bichos do quintal, tudo repetia...

O galo foi puxar prosa com o pavão:
Ei pavão por que você é tão solitário?
Não têm filhotes, nem companheira, apesar da sua beleza/
Oras me deixe em paz galo metido!
__Epa, não me trate assim...
_Ta bom, diga o que quer saber...
- Veja o meu caso... eu sou o dono do terreiro, veja quantas galinhas atrás de mim, se oferecendo e veja a minha procriação, um monte de pintinhos...Acho que é por causa do meu co-có-ri-có, por que você também não faz co-có-ri-có?
O que você acha?
-É claro que não, Quem faz isso é galo, o meu charme é diferente, abro a minha belíssima cauda, quando quero conquistar a pavoa, mas não tem nenhuma por aqui, vou me mostrar pra quem?
Para tuas galinhas?

_Êpa! Pode parar viu?
__Ah então me deixa aqui sossegado.
O papagaio vendo os dois discutir,tratou logo de soltar uma gracinha, disse:
__Ei vocês dois ai, nem sabe conquistar a fêmea, olha como se faz, presta atenção, aprendi a conquistar com minhas palavras que aprendi com os humanos, que ver? É fatal o resultado.
Foi cochichar no ouvido da papagaia, ela deu-lhe umas bicadas no traseiro do papagaio, que ele ficou sem a calda, depenado.
Nisso o galo e o pavão achou tanta graça que o galo cocoricou, o pavão abriu a cauda, e para espanto de todos, o dono da bicharada trouxe a fêmea do pavão e os dois foram felizes para sempre . O galo? O galo parou de implicar com o pavão.
Autora: Dora Duarte

sábado, 24 de outubro de 2009


Molly a bruxinha

Molly era uma menina de oito anos,muito inteligente. Desde muito cedo, aprendeu a ler e escrever , tanto em inglês como em português, pois o seu pai era americano e sua mãe brasileira , Molly nasceu no Brasil no mesmo ano que seus pais se conheceram, seu pai estava a trabalho numa multinacional, quando teve um relacionamento com a sua mãe. Depois do nascimento da Molly, o pai veio buscá-las, já que a empresa havia o transferido para os Estados Unidos.

No começo foi difícil às duas adaptarem aos costumes do lugar.Então as estações do ano, bem definidas: outono, folhas coloridas, caíam forrando as ruas como tapetes de vários tons, o inverno, as árvores pareciam esculturas de garranchos, muito frio,caia neve, tudo era duma brancura sem igual. No verão, muito quente, o sol tinha preguiça de se recolher cedo, brilhava até as tantas da noite. A primavera, nem tanto diferente do Brasil, porém uma tradição do lugar, os americanos saudavam ,recepcionavam à primavera, comprando flores e bandeiras para enfeitar a entrada de suas casas.
Foi nesse clima bem diferenciado que a Molly já há dois anos morando lá, encantou-se com o Hallowe´em (dia das bruxas), não era exatamente uma tradição de origem americana, porém trazida com a colonização européia. Bem no outono, onde as noites já começam a ficar mais frias, anoitecer mais cedo, o vento assobia tenebroso, no 31 de outubro exatamente às seis horas da tarde, as crianças começam a ir de casa em casa, a pedir e dizer “doces ou travessuras”
No primeiro ano, Molly e sua mãe ficaram observando pela janela e vendo as crianças fantasiadas a invadir seu hall de entrada e bater à porta . Molly ficou encantada.
__ Mamãe o ano que vem você me deixa ir também?
__Claro filha, mas não sozinha, precisa fazer amizades primeiro com as crianças daqui da rua, pois adulto não acompanha.
Molly ficou triste, pois sabia que os amiguinhos que havia conquistado eram todos da escola, esses moravam longe.

Nesse ano seria diferente, sua mãe comprou uma belíssima fantasia de bruxinha com um chapéu enorme de cone,uma máscara,tudo preto, um balde fosforescente no formato de uma caveira que nu escuro iluminava, feito lâmpada já tinha uma amiguinha, da vizinhança , dois anos mais velha, e uma grande amizade com os esquilos e os guaxinins da rua, tão comum lá. Molly costumava a brincar de esconde- esconde com eles correr atrás até vê-los desaparecer nas tocas das árvores ou no galhos. Gostava de dar amendoins, nozes para alimentá-los, era uma folia,.Eles acostumaram de um certo modo, que a seguiam de rua acima.

Chegou o grande dia! Bem antes das seis da tarde, a Molly já se fantasiou, corria à janela, ia num canto ao outro da casa, a sua mãe pedindo calma. Até que finalmente a amiguinha Priscila, vestida de abóbora gigante, com o balde de uma abóbora fantasmagórica, veio busca-la, Lá se foram as duas a realizar o sonho de consegui doces ou aprontar travessuras...Um esquilo e um guaxinim, a reconheceu pelo cheiro, sabendo que iriam ganhar alguma coisa também, passaram a segui-las, o engraçado de tudo é, que eles imitavam tudo o que a Molly fazia. Arrumaram umas máscaras de zorro achadas no lixo e colocaram nos olhos, cada um com uma mochila para também colocar nozes e amendoins doces . Foram de casa em casa, entraram em uma mansão estranha, cheia de teias de aranhas, o jardim mal cuidado, ratos passeavam no quintal, até o guaxinim e o esquilo arrepiaram-se de medo. Não, não era decoração de Halloween como a população costumava usar, era tudo autêntico. As duas meninas ouviram gritos de terror, vários berros, assustaram, olharam pela vidraça encardida, suja ,para ver alguma coisa e viram...
Uma reunião de bruxas revoltadas, estavam preocupadas por não conseguirem pregar medo às crianças, nem tomar os doces, apesar de que o
alimento favorito delas era sopa de aranhas, grilos e lagartixa, mas gostava de doces como sobremesa. Logo , Molly e Priscila não pensaram duas vezes, saíram disparadas na carreira, o esquilo e o guaxinim,os mais medrosos, corriam na frente , é claro. Os baldinhos de doces conseguidos balançavam, fazendo cair doces pela rua . Mas, enfim conseguiram chegar em casa sãs e salvas, sem fôlegos por causa do susto, nem conseguiam explicar direito para a mãe da Molly, sobre o que viram e quem sabe, a mãe nem iria acreditar naquela história fantástica.. Quanto aos bichinhos, O guaxinim e o esquilo...Até hoje estão correndo do susto das bruxas verdadeiras.



Autoria: Dora Duarte. Florianópolis, 24/10
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