Coisas de Criança

Coisas de Criança é...Brincar

Coisas de Criança é...Brincar
Contos, poesias,brincadeiras tradicionais, cantos e cantigas de roda, para gente miúda e graúda, desde que deixe a criança que existe em você se soltar.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Coisinhas de criança

Lucas fazendo gracinha de costa para foto



Ontem foi dia de contação de histórias nas Creches do bairro...
Todo ano, próximo a data comemorativa, preparei um conto combinando com o tema.
Daí, dei de conta que não tinha um coelho, noutros anos contei sem ele, porém este ano queria um. Na verdade queria um preto, mas não achei em loja nenhuma. Tinha coelhos rosas, rajados,cinzas, marrons,  azuis, brancos, menos preto não tinha(puro preconceito). Comentei com um vizinha Veri, a mãe do Lucas que fica numa das creches que conto história. Perguntei à ela se tinha algum coelho para emprestar, ela afirmou e me emprestou logo dois(brancos), um filhote e um adulto. Lucas só observando...

Quando foi ontem, levei os coelhos e comecei primeiramente a cantar com eles o
 "Coelhinho da
 
Páscoa".

Depois a contar a histórinha do Sumiço dos ovinhos de Páscoa, com os coelhos...O Lucas que estava lá, enterrompeu-me com esta:
__ Vó Dora tomou emprestado este coelho, ele é meu, minha mãe emprestou, é emprestadoooooo!
 Fingi que não ouvi... Ele em brados tons
---O coelho é emprestado, ela não tem coelhos!
 Eu tive que parar, concordar com ele, se não, ele não iria parar de falar.

Outra do Lucas...
Sempre gostei de ouvir criança, principalmente àquela que solta a língua mesmo, esta é outra do Lucas de 4 anos, filho dos meus amigos e vizinhos, Veri e Avelino...

 A gente conversando sobre o calçamento da rua que já estava programado, orçamento aprovado para ser calçada logo. Perguntei a Veri se iria calçar breve, o qual Lucas interrompeu:

Não vai calçar mais, roubaram o dinheiro! Eu para ver atenção dele  questionei-o:

Quem Lucas quem roubou a verba, o dinheiro de calçar a rua?

Não sei,  só sei que não fui eu, eu juro!

terça-feira, 20 de março de 2012

Cantigas de roda



Da abóbora faz melão

Do melão faz melancia, bis

Faz doce sinhá

 Faz doce sinhá

Faz doce sinhá Maria.



Quem quiser dançar

 Vá à casa do Juquinha, bis

Ele pula, ele roda,

Ele faz requebradinha, bis.



Lagarta pintada

 Quem foi que te pintou?

Foi uma velhinha

Que por aqui passou!

Tempo de chuva

Levanta poeira

Pegue com a mão

 A ponta da orelha

A saia da velha

Fazia poeira

Puxa lagarta

No pé da orelha.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Brincadeira de criança(quebra-panela)


Uma das brincadeiras mais antiga e divertida que eu acho, é a brincadeira de quebra-panela, ou quebra- pote... É assim:

Primeiro preparo: compra-se uma panela, ou pote, enfeita com papel de seda, vermelho e azul, contado em tira e flocado, como os antigos papéis de balas de coco, passa cola , uma tira de cada cor  e alternando. Dentro enche de balas, amarra a boca da panela com arame, pendura  num portal feito com estaca(enfeite o portal se quiser).

 Começa a brincadeira: forma uma fila de criança distante da panela, com um pano escuro amarre no rosto da criança der um bastão para bater na panela, uma de cada vez. Rodar a criança, depois a deixe direcionada ao alvo, daí as outras crianças  ajudam aos gritos quando está próximo. Se bater e não acertar é eliminado da prova, só vale uma vez. Daí quem errou vai para fim da fila novamente. Se acertar de primeira e quebrar é o vencedor. É bom dar um prêmio ao campeão. As balas que caírem são de todos, quem pegar mais...

Obs: parece perigoso, mas não é, desde que  todos fique atentos para sair da reta e ajudar a direcionar no caminho certo.



   Dora Duarte

quinta-feira, 1 de março de 2012

Meu pé de oliveira (jambolão)





                         

           Quando criança, lá para as bandas do Varjão , João Pessoa, onde passei a metade da minha infância. Era comum a meninada subir em árvores (sem dono) para comer dos frutos.Entrar no quintal dos outros para roubar, nem pensar...Só das ruas, estradas, praias e mata, ou em sítio quando  era convidado.

        No rio que cortava meu bairro, não era um rio com água apropriada para lavação de roupas, banhos nem tampouco  para beber, devido os jumentos dos carroceiros se apossarem para os banhos , beber daquela água e lógico fazer as suas necessidades fisiológicas ali. Porém, criança é sempre criança, sem noção nenhuma, mesmo com recomendação negativa da mãe, teima e faz por impulso de travessura e por causa do calor imenso, tomava banho ali.

       Havia uma árvore frondosa na beirada do rio, um pé de oliveira, o fruto também tinha o mesmo nome, o mesmo (pé de jambolão). No meu pensar, era o meu pé de oliveira, todo pé de fruta que eu gostasse, era o meu favorito. Eram lá que as minhas irmãs, a meninada do bairro e eu, trepavam para chupar as oliveiras pretinhas de montão... Depois a gente apostava para ver qual a língua que ficava mais roxa e todos mostravam a língua. A que ficava com o tom mais roxo escuro, era porque tinha chupado mais oliveira.

          Na minha cabecinha, era a mesma azeitona preta que eu comi numa empadinha, um dia pela primeira vez numa festa de rico, imaginei que era colocado nela muito sal,  achava salgada....E não é que agora descobri que oliveira também era conhecida como “azeitona do nordeste”!?

       Depois era a prova dos pulos dentro do rio, quem saltava mais rápido, depois o banho refrescante, para aquele calor infernal. Foi nesta brincadeira saudável que peguei “cistosoma”, , assim a gente chamava esquistossomose, aliás, todo  aquele que se arriscava tomar banho ali num rio poluído de caramujo, onde o verme  colocava seus ovos lá, pegava pela sola do pé. A mãe da gente dava remédio, a gente sarava, depois... Tudo de novo.

Como era gostosa aquela frutinha preta!

Dora Duarte
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